domingo, 7 de fevereiro de 2021

As Viagens - Marco Polo



Prólogo
No Prólogo são explicadas as origens do livro e sua comprovação histórica, pois o mesmo por longo tempo foi considerado apenas um livro de fábulas maravilhosas, assim como o foi o livro de Heródoto. É feita uma relação com Cristóvão Colombo em sua busca pelas especiarias das Índias, inclusive é citada uma carta recebida por Colombo de um profundo conhecedor da obra de Marco Polo, que pode ter incentivado o grande navegador na busca pelo caminho marítimo para as Índias navegando em sentido ocidente do globo terrestre.

Livro I
No livro composto por vários pequenos capítulos, aliás todos os livros seguintes têm este formatoMarco Polo começa descrevendo suas viagens aos reinos visitados. Fala sobre os governantes, a religião católica e as existentes na época como o Maometismo, a Igreja Ortodoxa de Constantinopla e as heresias surgidas na época. Faz referência ao papado e seu poder sobre a Europa, inclusive relata a decisão do governante da China (Kublai Khan) de se converter ao Catolicismo, mas para isto precisava de provas que o convencessem de sua superioridade sobre os mitos de seu povo. Relata informações dos povos, mas sem opinar sobre sua veracidade, ainda mais discreto que Heródoto. Continua, Marco Polo, a falar dos vários povos visitados, realçando seus governos e costumes. Importante notar como o Islamismo era dominante nas regiões orientais, e o Catolicismo, dominante na Europa, era quase inexistente nestas regiões. Fala sobre as mulheres e seus relacionamentos que eram muito diferentes da cultura europeia, com predomínio da poligamia.

Livro II
Neste capítulo, Marco Polo abandona as pesquisas sobre os povos do Oriente, e passa a narrar sobre a pompa, a magnificência, a suntuosidade, as riquezas e o governo de Kublai, imperador dos tártaros. Mostra que em questão de domínio (dominou quase todo o Oriente), e justiça foi superior a todos os imperadores anteriores, inclusive de Gengis Khan. Também é interessante notar seu respeito ás religiões existentes (que eram muitas) em seu domínio, principalmente pelos cristãos. Mostra a grandiosidade dos palácios reais com detalhes. Cenas de caças e diversões do Imperador. Interessante notar a hierarquia administrativa existente no Império comparada à etiqueta da era feudal na Idade Média europeia. Quem copiou de quem? Outra questão importante são os números de guerreiros existentes, o que comprova o grande número da população imperial. O dinheiro e sua prática são muito interessantes para se conhecer, pois usavam um tipo de papel das fibras da amoreira que os japoneses usam até hoje, além do sistema monetário simples e funcional. A existência de muito ouro e prata é de assustar. Era um Império de grande riqueza o que deixa transparecer nos relatos. Muito interessante o relato sobre a eficiência do sistema de Correios do Imperador. Depois desta exposição sobre o Império de Kublai Khan, Marco Polo fala dos costumes e governos dos países vizinhos, quase todos sob o domínio do Imperador. Relata fatos grandiosos que parecem fantasiosos, mas todos confirmados pelas pesquisas históricas. Continua falado dos países da região de domínio do grande Khan até o final do capítulo, mas nesta parte final Marco Polo tem participação efetiva nos relatos como governador de uma cidade por três anos e na criação de máquina de guerra em um conflito.

Livro III
Neste terceiro e último livro, Marco Polo narra sobre as Índias, que em sua concepção compreende ampla região, inclusive o extremo oriente e o Japão. Fala dos costumes e governos de vários lugares e até de sua participação nos eventos. São costumes muito estranhos, principalmente no aspecto religioso e nas relações entre pessoas e sobre a morte. A maior parte do povo possui o costume de comer carne humana, especialmente de guerreiros derrotados nos conflitos, mas realça a possibilidade de salvação do canibalismo quando a pessoa pode pagar seu resgate. A maioria dos povos retratados tem uma cultura muito primitiva, portanto, diferente da europeia. O autor continua a falar dos povos da Índia, seus costumes, do meio ambiente, animais exóticos, etc. No final do capítulo e do livro são acrescentados outros textos que, certamente faziam parte do livro, pois preservam o mesmo estilo de Marco Polo; eram, ao que parece, informações que ficaram sem incluir no conjunto da obra, e que se tornaram textos adicionais, talvez por esquecimento do autor na hora de relatar para o escritor. Interessante notar que os fatos, lugares e informações são relatos presenciais de Marco Polo ou de "histórias" que outros contaram. Um livro fácil de ler, pois constitui basicamente de relatos narrativos, sem muitos questionamentos e análises.

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