domingo, 7 de fevereiro de 2021

Apologia da História ou O Ofício de Historiador - March Bloch

 

Livro Apologia da História ou O Ofício de Historiador
March Bloch

Apresentação e o Prefácio traçam um perfil do historiador, March Bloch, e suas principais ideias defendidas no livro, como a questão da história-problema em oposição à História Positivista, defesa que inclui uma crítica à super valorização do fato e dos documentos. Define a História como uma ciência do homem no tempo. Não considera a História simplesmente como uma narrativa, como o faz Paul Veyne. Veja texto à página 19:

Introdução
Na Introdução o autor faz uma síntese do livro, ou seja, comenta levemente as questões que serão desenvolvidas no livro como a questão da cientificidade da História, a prática do Historiador e o prazer do conhecimento histórico para a maioria da população. Amplia um pouco a questão da História como ciência, mostrando que mesmo as chamadas ciências exatas têm seus limites. Critica também a História Positivista, como é próprio dos Annales.

Capítulo 1 - A história, os homens e o tempo
O autor começa o capítulo falando sobre as escolhas do historiador em sua pesquisa, situação que não ocorre nas ciências exatas. Trabalha também a permanente polêmica da cientificidade da História e apresenta um argumento interessante para o problema que é o da linguagem das ciências, que o conhecimento histórico possui em sua especificidade na sua produção e divulgação. Destaca que os homens são o objeto da História, e numa definição leve e sintética da História afirma que a História é a ciência dos homens no tempo. Trabalha a questão das origens em História, realçando que as origens, não são, necessariamente, uma explicação, o que alguns documentos denotam. E continua trabalhando a questão de passado e presente, e sua relação com a construção do conhecimento histórico.

Capítulo 2 - A observação histórica
Neste capítulo, Bloch trabalha bastante a questão das fontes e a observação do historiador sobre estas. Demonstra a dificuldade do conhecimento do passado e do presente quase no mesmo nível, pela carência das fontes e da subjetividade do historiador. Informa que as fontes em História hoje são quase ilimitadas. Afirma que o historiador tem que buscar respostas nos documentos muito além da aparência, ou seja, muitas vezes um olhar atento leva a descobertas que não estavam contidas quando da elaboração da fonte. E para isto afirma: "Do mesmo modo, até nos testemunhos mais resolutamente voluntários, o que os textos nos dizem expressamente deixou hoje em dia de ser o objeto predileto de nossa atenção. Apegamos-nos geralmente com muito mais ardor ao que ele nos deixa entender, sem haver pretendido dizê-lo."(p.78). Valoriza A História de Heródoto como a principal fonte da Antiguidade em forma de livro, e não em fragmentos.

Capítulo 3 - A crítica
Durante todo o capítulo, o autor trabalha a crítica documental, ou seja, se os documentos são autênticos e verídicos, e para isto cita inúmeros casos de falsificações de documentos. Realça que a Idade Média foi o período onde ocorreu o maior número de falsificações documentais. Mostra o cuidado que o historiador deve ter ao analisar essas fontes, quanto a questão do contexto, do produtor da falsificação, ou seja, deve fazer uma crítica severa do que pretende pesquisar. Mesmo na I Guerra Mundial, da qual participou como soldado, revela a quantidade de informações deturpadas que aconteciam no front. Vislumbra uma História Comparada e Relacional, ou seja, os fatos estão encadeados numa série de eventos semelhantes e se relacionam, na busca de sua veracidade.

Capítulo 4 - A análise histórica
Para o autor, a história não é uma simples narrativa dos fatos humanos, mas sim uma compreensão destes fatos, que passa necessariamente, por sua análise. Defende a compreensão dos fatos sem seu julgamento, como todos os historiadores. Utiliza a linguagem como força de expressão e de conhecimento histórico. A linguagem torna-se essencial para a compreensão "total" dos fatos históricos. Para chegar a estas conclusões, Bloch faz longas explicações linguísticas e factuais, da Antiguidade à modernidade. Continua defendendo uma análise profunda para o conhecimento histórico, sempre utilizando a linguística como principal fonte para chegar a este conhecimento. Para este conhecimento cada vez mais construído defende sua contextualização no tempo em que os fatos aconteceram. É um incansável batalhador em busca da verdade, e para isto, sempre volta à História chamada de Positivista e seus autores. Os fatos continuam importantes, mas com um significado ampliado englobando as várias áreas do conhecimento

Capítulo 5 - sem nome
Neste capítulo incompleto, o autor trabalha insistentemente a questão da causa em história e em outras ciências. Mostra que sempre existem várias causas para um acontecimento, e nunca apenas uma, como os historiadores têm apregoado nas pesquisas históricas.

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