No Prefácio, o autor já mostra o objetivo do livro: "Este livro é sobre a natureza humana e a liberdade humana, e a relação entre elas". A partir daí passa a narrar um pouco sobre a história da formação da nação americana do norte; realçando seus valores de liberdade, busca da dignidade humana e da sobrevivência, e da criação de leis que regulassem as ações entre as pessoas envolvidas. Mostra a diferença do pensamento socialista sobre a natureza humana; não respeitando suas liberdades e impondo um governo controlador, do qual todos dependem. Salienta que até o século XIX este sistema americano funcionou bem, mas o socialismo teve avanços a partir de todo o século XX e início do século XXI. Como é formado em Psiquiatria, destaca que este estudo também é campo de pesquisa da História, Antropologia e outras ciências sociais. Mas o conhecimento da mente humana é uma preocupação sua de longa data, daí sua intervenção. O autor utiliza, com certeza para facilitar a leitura das 500 páginas do livro, de uma técnica interessante e útil em sua produção, fazendo capítulos curtos e com subtítulos em cada capítulo. Se você fizer uma leitura diária por capítulo, fica uma leitura bem leve e produtiva.
Desenvolvimento
Iniciando o estudo mostra que o ser humano é bipolar, certamente para utilizar uma linguagem da Psiquiatria; mostrando que o homem possui uma natureza humana e outra social, ou seja, precisa de relações interpessoais saudáveis e produtivas. E para ilustrar esta visão do ser humano ter uma duplicidade na formação, um lado individual e outro social, analisa, em uma linguagem totalmente compreensível e leve, sobre o romance Robinson Crusoé, em que o personagem vive solitário em uma ilha e que neste ambiente, tem toda a liberdade individual, mesmo que tenha uma noção de valores, ou seja, do que é bom para ele, e aquilo que o prejudica. Neste espaço, Crusoé é o governo e o governado. Mas com a chegada de outro personagem, Sexta-feira, as relações interpessoais se modificam. Agora aparecem os limites na relação. Daí a origem das leis para normatizar as relações entre os indivíduos, criando limites para as ações individuais, que implica o respeito aos direitos da população. O autor mostra a função principal dos governos que é a proteção da liberdade individual dos cidadãos, sendo que os mesmos devem obedecer os direitos dos demais, mas geralmente, os governos terminam por cercear a liberdade individual dos cidadãos. Nos governos de esquerda não existe liberdade individual, pois a população passa a ser infantilizada por sua dependência da ajuda governamental. Na Esquerda a lei é o Governante, Ditador. Recentemente nosso Presidente falou que o Brasil deveria ser como a China, onde o Ditador fala e o povo obedece. E onde fica o sonho da democracia representativa, o Poder Legislativo, o Judiciário?
Continuando o estudo da Mente Esquerdista, mostra as origens naturais da formação do ser humano, em sua índole individual e social. Mostra que o homem só pode ter liberdade completa se viver sozinho, mas esta situação contraria sua própria natureza, pois necessita da convivência de outra pessoa para se conhecer e conviver. Volta ao exemplo de Crusoé e Sexta-Feira, pois com a chegada deste último, Crusoé perde sua liberdade absoluta, mas ganha em ajuda para melhorar sua vida com o apoio e trabalho do novo parceiro. Dá um novo exemplo, imaginando a chegada de mais 98 náufragos à ilha, assim completaria uma comunidade de 100 pessoas. Assim as coisas se complicariam, pois seriam muitas individualidades ou naturezas, e mais novas relações interpessoais, logo seriam necessárias a criação de leis para normatizar a convivência. Mostra o que o autor chama de Regra de Ouro para com o outro, ou seja, "... respeite a outra pessoa como um ser consciente e soberano, como um sujeito independente intitulado ao mesmo tratamento positivo e às mesmas proteções emocionais e institucionais contra os danos físicos que você reivindica para si.mesmo." (pág. 35). Isto é a chamada empatia, você ter a sensibilidade para participar das emoções alheias; colocar-se no lugar do outro. O esquerdista não é capaz de sentir isto, pois só pensa em satisfazer seu egoísmo pessoal. É o que acontece com os governos socialistas, as pessoas são objetos da satisfação de seus governos. Inclusive Lenin afirma que para alcançar o poder e dominar o povo poderiam utilizar de meios lícitos e ilícitos, até a violência, ainda no início da Revolução Russa.
Segue o autor mostrando a origem das liberdades individuais a partir do Iluminismo, que deu início aos direitos individuais que conhecemos até hoje, principalmente a partir da divisão do poder em Executivo, Legislativo e Judiciário. Esta divisão garantiu que o cidadão fosse protegido pelas leis e do autoritarismo dos governos. Mostra que o ser humano ao nascer é totalmente dependente de seus pais, e a partir daí adquire conhecimentos e experiências que lhe garantam sua individualidade nas decisões e produções, passando a não mais depender dos adultos. Situação que as esquerdas não conseguem ver. Acreditam que o cidadão precisa dos governos para orientar suas decisões, ou seja, vê o trabalhador como uma criança, daí a expressão popular sobre os ditadores: "Pai dos Pobres". E sua origem infantil está na relação entre os pais e os filhos na infância. Em resumo, muitos adultos não superam a fase infantil de sua vida, e vivem na dependência de outras pessoas ou do Estado. E o Estado esquerdista adota uma política de manutenção desta ordem, ou seja, dominar todos os aspectos sociais da vida do cidadão. Defende, o autor, que os governos devem ser limitados em suas ações pelas demandas populares, logo estão a serviço da sociedade, garantindo sua liberdade, individualidade e propriedade.
O livro trata da questão do altruísmo existente nas pessoas de boa formação familiar, nas comunidades, e que deve ser garantido pelos governos democráticos, como uma função social primordial. Coisa que não acontece nos governos de esquerda, pois fazem propagandas afirmando que esta é uma missão dos funcionários especializados, mas distantes da realidade das comunidades. Pela infiltração das ideias esquerdistas em todos os setores da sociedade, inclusive nos governos de direita, vemos atualmente, e já há algum tempo, o desaparecimento das Associações de Moradores, tão atuantes a partir da década de 1980 do século passado. Criam-se, os governos, Secretarias de Assistência Social e outros órgãos para darem atendimento à população sem conheceram a sua realidade. O autor do livro mostra que o cidadão altruísta, ao ajudar seu semelhante, também se ajuda, e sua capacidade vira serviço para as pessoas assistidas. É a satisfação de seu ego a serviço de outrem, coisa que as esquerdas desvalorizam, pois só entendem as relações interpessoais como coletivizadas e controladas pelo Estado. O indivíduo não existe, só o coletivo controlado pelo governo. É trabalhado no livro a questão das escolhas que fazemos que dependem de nossa natureza inata e das influências sociais, aí entra a intervenção da classe política na formação de opinião. O esquerdismo faz esta prática de infiltração nas instituições desde a Revolução Russa de 1917 para formar a opinião da sociedade, principalmente das pessoas com orientação educacional deficitária, ou aos intelectuais visionários ou interesseiros. Como as experiências com animais, nós homens fazemos o mesmo, seguimos o objetivo que nos interessa. Sobre as escolhas, o autor é bem técnico no texto, utilizando, inclusive opiniões de outros autores.
Para se manter um Estado centralizado "cuidando de todas as necessidades do povo", necessário se faz um aumento permanente de impostos; o autor resvala nesta questão. Mas é enfático no controle do Estado sobre as ações, a individualidade e a criatividade do cidadão. No Brasil, tanto os governos de esquerda como os de direita são campeões em cobranças de impostos. Mas os de esquerda são mais impulsivos nestas taxas. Trabalhei por 16 anos sob um governo municipal de esquerda, e vi o aumento de impostos constantes além da criação de mecanismos para gerar impostos como a ampliação de radares rodoviários, além do aumento do IPTU. Para amenizar o texto, o autor utiliza a música My Way, interpretada por Frank Sinatra, que significa "Fiz do meu jeito" para mostrar a diferença entre um governo coletivista e um democrático, aliás nunca utiliza a palavra democracia para governos de esquerda. Em sua crítica fala que para o coletivista a música seria "Eu fiz da maneira do governo". Também fala sobre as famosas cotas existentes no Brasil da esquerda - lugar comum nos governos de esquerda. Evita utilizar a palavra democracia em todo o texto, prefere liberdade. A infância passa a fazer parte do estudo, pois na opinião do autor, sua formação a partir do nascimento dá origem a uma mente narcisista, mesmo que esta seja produtiva, e na criação de um adulto sem uma preocupação com o ambiente em que participa. Vai depender da educação recebida na família e em suas relações sociais, o surgimento de um adulto equilibrado e responsável ou uma pessoa dependente de um governo autoritário. O autor analisa a situação dos Estados Unidos a partir da grande influência da Esquerda nos governos. Mostra que a maior interferência ocorreu com a mudança da família, da religião e do uso da razão nas questões sociais, pois as mesmas passaram a ser controladas pelo Estado. Isto a partir do início do século XX até os dias atuais. E acreditar em Socialismo Democrático como sonhamos na década de 1980 no auge da ingenuidade e idealismo da população brasileira.
Agora, na segunda parte do livro, o autor passa a fazer um estudo mais científico da questão da mente esquerdista. Mostra a cientificidade da Psicologia para o estudo do comportamento humano individual e coletivo, negado pelos esquerdistas, pois não acreditam na natureza individual e social do ser humano. Enfatiza que todas as ciências físicas e sociais possuem método, o que não ocorre com o pensamento popular a respeito de alguma coisa. Consequentemente, o conhecimento humano pela ciência é válido. Portanto, o ser humano não precisa ser guiado por nenhum governo, pois sua "rota" pode ser alterada por intervenções de profissionais. Segue o autor o estudo da evolução do ser humano desde sua infância, realçando com exemplos, nossa origem animal permanente, mesmo que tenhamos uma boa criação e educação. Os instintos de sobrevivência, de preservação dos filhos e da vida, fazem aflorar nosso lado mais primitivo e violento. O poder está implícito em nossos instintos, e para exemplificar cita os maiores ditadores da História como Hitler, Stalin e outros. O autor continua trabalhando no texto a origem dos "Estados-babá", ou seja, os governos de esquerda que prometem cuidar do povo desde o nascimento até o túmulo, sendo que sua origem está na infância desamparada de muitas pessoas. Estuda a relação mãe e filho(a) para justificar sua explicação. Mostra como a formação da personalidade da criança começa a partir dos 15 meses, e daí começa a acontecer sua independência em relação a sua mãe e às outras pessoas, este período é chamado de individuação. O homem verdadeiramente autônomo passa por este processo sem traumas. E consequentemente, este cidadão autônomo não depende de governos para realizar seus projetos de vida. Mas os governos de esquerda não se preocupam com a natureza individual do ser humano, pois querem mesmo é o poder, e para isto praticam políticas em que o cidadão fica cada vez mais dependente do Estado, como uma criança, por sua miséria material.
À medida que os capítulos se sucedem, o autor aprofunda mais a questão psicológica do ser humano em seu individualismo e sua natureza, o que contradiz a visão coletivista das esquerdas. Um pequeno texto do autor explicita este fato: "Quaisquer que sejam as contribuições dos estímulos de fora, de eventos externos ou de circunstâncias ambientais - sejam elas físicas, econômicas, sociais, políticas, raciais, étnicas ou outras - o fator mais próximo entre todos os fatores causais de meu comportamento reside dentro de mim." (pág. 185). Adam Smith é várias vezes citado como o símbolo da liberdade econômica, em oposição a um Estado centralizado como era em sua época pelo Absolutismo. Mostra, o autor, que o Estado existe para servir ao cidadão, e não o inverso, e que o indivíduo deve ser o principal atendido pelos governos e não grupos de pessoas, explicando a natureza humana desta afirmação em termos científicos. E a partir desse raciocínio mostra que a origem dos governos e líderes autoritários está na infância, ou seja, o desamparo familiar gera o poder imaginário de algumas pessoas sobre as outras para "garantir" que nunca mais serão desamparados, passando então a oprimir as populações nos governos de esquerda, que são, por natureza, revanchistas. Voltando às questões educacionais da infância, o autor faz um estudo infantil de zero aos três anos, e revela como a evolução da personalidade autônoma do indivíduo começa sua autonomia a partir dos dois anos, no primeiro ano ainda é um bebê, totalmente dependente da mãe e do pai. A partir daí começa a fazer escolhas, perceber sua realidade e tomar decisões.
Focando o estudo na adolescência, o autor mostra que mesmo que a infância de uma pessoa seja numa família estruturada dentro dos valores da liberdade, nas relações sociais, este adolescente termina por ter que escolher em uma situação de dependência dos governos, ou seja, dos governos coletivistas autoritários, ou de um governo que garanta sua liberdade. Neste caso, o fator determinante é sua escolha. O texto do autor explicita este fato: "Sociedades que não são nem fortemente coletivistas e nem idealmente livres oferecem um "cardápio" misto ao adolescente no período em que ele imagina como poderia criar uma boa vida para si mesmo." (pág. 298). Sobre o coletivismo, em que os governos afirmam garantir o bem estar de toda a população, afirma o autor: " A verdade, no entanto, é que os beneficiários primários em tais sociedades são aqueles que comandam os governos." (pág. 299). Mas a doutrinação sobre os adolescentes é intensa nesta fase, pois os esquerdistas utilizam as escolas para esta prática, situação que vem acontecendo desde o final do século XIX e início do XX nos Estados Unidos e na América Latina. Segue o autor, a esmiuçar a agenda esquerdista, comparando-a com os governos liberais. Interessante notar uma afirmação em que o texto aponta que o indivíduo que se sobressai em suas produções, fica mais sujeito a oferecer seus serviços aos que produzem menos, pois os esquerdistas afirmam que seu bom resultado é fruto de seu governo. Mesmo os crimes cometidos são justificados pelo passado do criminoso, e até pelo seu presente de cidadão oprimido. Logo não existe punição, infelizmente é o que tem acontecido no Brasil através das decisões do STF, no mandato de um governo de esquerda. Em contrapartida, o autor afirma que a família é a principal instituição que é capaz de criar/educar o indivíduo.
A família é o tema principal a seguir. Faz, o autor, um quadro comparativo entre a visão da família liberal e a família no sistema socialista ou coletivista. Mostra suas principais diferenças a partir de textos publicados pelas esquerdas. O que notamos é a oposição em todos os aspectos, como a educação, a moral, a responsabilidade, as escolas, a sexualidade, as heranças, no mundo socialista, são todos controlados pelo Estado. A herança familiar, após a morte do pai, deve ser deixada para o Estado, pois a este pertence, e não a quem trabalhou para consegui-lo. E para o combate à sociedade tradicional, aponta, a esquerda, todos os seus "defeitos", e para sua solução propõe o controle total do Estado àquilo que foi construído ao longo da história. Aprofundando mais as questões políticas, sociais e econômicas do indivíduo e da sociedade, o autor mostra como os instintos inatos do ser humano com o sexual, o agressivo e o de aquisição, marcam a sociedade. Para o controle destes instintos defende a presença de cidadãos com personalidade formada no altruísmo, nos seus direitos e deveres, e um Estado baseado em leis que garantam estes direitos individuais. O oposto do Estado Coletivista que vê o cidadão como uma pessoa que não saiu da infância, portanto permanentemente dependente do governo. E para o funcionamento da sociedade capitalismo, a autor aponta e analisa suas regras de convivência, que viram leis, a partir da realidade vivida, não é uma sociedade sem governo, como a Anarquia, precisa de normas que devem ser obedecidas em todos os setores da vida em comunidade ao longo de sua histórica.