domingo, 7 de fevereiro de 2021

A Escola dos Annales - 1929-1989

 Livro A Escola dos Annales - 1929-1989  

A revolução francesa da historiografia
Peter Burke



Apresentação
Na Apresentação, um autor brasileiro (Nilo Odália), traça as linhas gerais do livro e da Escola dos Annales. Valoriza a contribuição de seus criadores para a historiografia, pois todos as correntes da História atual não deixam de ter suas influências. Mostra uma divisão da evolução desta Escola, e seus principais colaboradores. Realça algumas de suas características como a história serial, de longa duração, estrutura, conjuntura, e sua real significação que é a História Nova. Destaca a capacidade de síntese de Burke ao estudar, em poucas páginas, um tema tão revolucionário da historiografia.

Prefácio
No Prefácio, o autor enumera as principais ideias defendidas pelos Annales (que pode ser um Movimento ou uma Escola): "Em primeiro lugar, a substituição da tradicional narrativa de acontecimentos por uma história-problema. Em segundo lugar, a história de todas as atividades humanas e não apenas política. Em terceiro lugar... a colaboração com outras disciplinas..." Enfim, uma História Total, em minha opinião. Mostra que não houve uma unidade no pensamento dos componentes da Escola ao longo do tempo, inclusive com um retorno à valorização da História Política, da narrativa e dos eventos. Faz uma divisão da evolução da Escola em três fases. Dá uma visão do livro ou ensaio definindo seu objetivo de descrever, analisar e avaliar a obra da escola dos annales.

Capítulo 1 - O Antigo Regime na Historiografia e seus críticos
O autor faz uma retrospectiva do pensamento histórico e seus historiadores de Heródoto até a Escola dos Annales. Importante informação é que a primeira contestação da História tradicional aconteceu durante o Iluminismo, através da obra Ensaio sobre os Costumes, de Voltaire, pois esta obra abandona uma história política, dos grandes líderes, e militar, para focar numa história da sociedade, e seus costumes. Todos os historiadores que contestaram a história tradicional não deixaram de "preservar" elementos desta história, como a narração e a história política, apesar dos avanços para uma melhor compreensão dos fatos históricos, especialmente com o auxilio de outras ciências humanas, como a Sociologia, a Geografia e a Linguística.

Capítulo 2 - Os Fundadores: Lucien Febvre e Marx Bloch
Neste capítulo, o autor traça uma pequena biografia dos dois fundadores dos Annales e analisa suas principais obras. Compara os dois na criação e comando da escola histórica. Mostra o perfil psicológico de cada um e sua relação com outros intelectuais do período. Destaca a profundidade da pesquisa de ambos na busca da verdade histórica, utilizando principalmente, outras ciências como a Linguística, a Geografia, a Antropologia, a Economia, etc. Comenta os principais livros produzidos por Bloch e Febvre. Revela como a Escola dos Annales foi origem de outras histórias como a História das Mentalidades, a História Comparativa, de Longa duração, Serial, Quantitativa, do Cotidiano, etc.

Capítulo 3 - A Era de Braudel
O autor faz um longo e minucioso estudo sobre a obra de Braudel no Magistério e na produção historiográfica, seus seguidores e suas influências. Destaca sua obra principal, O Mediterrâneo e Felipe II. Mostra as qualidades desta obra dentro dos ideais da Escola dos Annales, e também faz um levantamento de suas críticas, mas realça suas grandes qualidades. Mostra como Braudel tinha grande interesse pela Geografia e a Economia. Faz relação de seu pensamento com outras escolas como a Marxista, por exemplo.

Capítulo 4 - A Terceira Geração
A Terceira Geração dos Annales é caracterizada pela ampliação do horizonte de estudos da escola como as questões da infância, do sonho, do corpo, da mulher, do odor, da morte, etc. É nesta fase que surgem produções específicas sobre a Mulher dos historiadores da Escola dos Annales. Há também um retorno, por alguns historiadores, da História Política e dos eventos, e uma crítica por seu abandono. A Escola dos Annales passa a fazer parte de produções de outros países, principalmente de historiadores dos Estados Unidos. Às vezes, a História dos Annales é considerada uma história fragmentada por sua multiplicidade de correntes, como as Mentalidades, Serial, do Cotidiano, etc. Uma característica da escola, não só da Terceira Geração dos Annales, é a permanente imaginação na busca de temas de pesquisas e aprofundamento.

Capítulo 5 - Os Annales numa perspectiva global
Neste capítulo o autor mostra como ocorreu a repercussão da "Escola" dos Annales fora da Europa, especialmente do ambiente histórico da França. Relata as críticas e apoios ao Movimento dos historiadores franceses em outros continentes e países. No Brasil fala da relação de Braudel com a obra de Gilberto Freyre, Casa Grande e Senzala. Traça ao final, um quadro sintético do que foi, em sua opinião, os ideais da nova linha histórica iniciada em 1929, e sua situação nos dias atuais. Revela que a maior contribuição dos annales "... foi expandir o campo da história por diversas áreas." (p.143). No texto abaixo (p.139) o autor mostra a situação atual dos Annales.





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