sexta-feira, 2 de agosto de 2024

A Face oculta do MST - Pedro Poncio

 

Como sobrevivi aos campos de doutrinação

Introdução
Este livro é uma reflexão séria sobre o MST, um movimento que por muito tempo enganou as populações, principalmente as religiosas, com sua ideologia marxista. A Igreja Católica sempre apoiou este movimento, pois também foi enganada. Este livro é uma revelação do interior do movimento feita por um participante, além de ter sido doutrinado, mas com o tempo, viu a verdade escondida por trás de uma ideologia de dominação que é o marxismo com suas vertentes sociais sempre mentirosas, como o foi no Comunismo bolchevique. No Prefácio e na Introdução já percebemos o que passaram, daí o ("sobrevivi" do autor), os participantes do movimento ao longo de seus quarenta anos de existência. O autor é uma pessoa de coragem ao denunciar essa situação em seu relato, tendo sido ameaçado de morte várias vezes, e de talento literário na escrita fácil e compreensível. Ele chama os locais precários em que moravam de campos de doutrinação, mas eram, como no comunismo em todos os países em que foram implantados, na verdade, campos de concentração e morte. Afirma, textualmente, o objetivo do livro: "(...) o objetivo deste livro é expor como um movimento ilegítimo tem doutrinado milhares de crianças, arrancando delas a sua dignidade ao lhes inserirem em um processo de dependência do próprio movimento, pela sua pobreza, lhes apresentando uma ideologia perigosa(...)" Mas a verdade sempre aparece, mesmo que demore um pouco, e este livro é uma das formas de revelação de uma mentira, por tanto tempo, velada e escondida da população em geral. O autor faz na sua Introdução, uma exposição das questões desenvolvidas em cada capítulo, ou seja, antecipa o conteúdo do livro de forma resumida.

Desenvolvimento
O livro é dividido em seis capítulos, sendo o primeiro dedicado ao chamado pano de fundo econômico, que na opinião do autor (mesmo que não se expresse assim), é a causa maior da criação do MST, pois as condições miseráveis da população facilitaram a sua manipulação pelos marxistas, sabendo-se que no período entre 1979 e 1985, houve um afrouxamento da repressão do Regime Militar, pois em 1979 aconteceu a chamada Abertura Política, situação que incentivou a chegada dos comunistas expulsos a partir de 1964. Faz um estudo no início do livro do período de 1960, 1970 e 1980, tendo como pano de fundo o contexto econômico, político e ideológico-religioso, que ele também chama de faces. 

No contexto econômico mostra como houve, a partir da mecanização da agricultura no Regime Militar, devido a sua política desenvolvimentista, um grande êxodo rural, provocando uma escassez de alimentos para a população. Faz uma pequena biografia do maior líder do MST, João Pedro Stédile. As manipulações são constantes entre os simples camponeses, jogando a culpa de todo o problema das terras em seus proprietários. Até a Igreja Católica foi manipulada através da Pastoral da Terra, para abrigar comunistas em seu interior. O texto é baseado em fatos registrados em jornais da época como o Estado de São Paulo e a Folha de São Paulo, livro de Stédile, o Livro Negro do Comunismo, depoimentos de pessoas que viveram no movimento, e no site do MST. O autor se assusta com tanta informação importante no site, mas a explicação para a exposição explícita se encontra na falta de oposição ao movimento, até antes da publicação do livro. Acredita que a partir de agora irão retirar essas publicações em que o pesquisador tem acesso. Um movimento que defendia a melhoria da qualidade de vida dos camponeses, após a aquisição de um terreno para a prática agrícola, queria, na verdade, era mobilizar a população para a implantação do comunismo no Brasil.

No contexto político, o autor mostra e analisa através de documentos, as intenções da União Soviética em transformar o Brasil em um país comunista. Alguns fatores justificavam esta iniciativa: a fraqueza do governo Goulart, a pouca politização de seu povo, a existência de líderes comunistas no país como Leonel Brizola, as Ligas Camponeses lideradas por Francisco Julião, um advogado, deputado estadual e depois deputado federal, que era comunista. Sobre o perfil de Francisco Julião, a KGB fez pesquisas para saber se era comunista mesmo, como o fez com outros líderes do movimento. O autor utiliza entrevistas de Stédile para justificar seu perfil comunista. As articulações da KGB, para ingressar no Brasil é quase como um filme de espionagem, pois consegue articular comunistas em vários setores importantes do Rio de Janeiro e Brasília. Quanto aos Estados Unidos praticamente não há participação de seus órgãos de espionagens para a derrubada do governo brasileiro, como foi divulgado na década de 1980. Enfim, os soviéticos queriam criar uma guerra civil no Brasil para dar um golpe e implantar um governo comunista na nação. Coisa que os militares fizeram antes, após a solicitação da população brasileira. Interessante notar como o autor revela que após o golpe militar, o Brasil passou a ser governado por representantes da esquerda, fato que pouca gente percebeu à época, porque a população queria mesmo era a volta da democracia depois da ditadura militar. Stédile afirma que o MST é a continuação das Ligas camponesas de outra maneira, consequentemente; é uma organização comunista, como o eram as Ligas. O Regime Militar nos salvou das matanças de pessoas inocentes, próprias do regime comunista, afirmativa minha.

No contexto ideológico-religioso, o autor faz uma ampla exposição da participação da Igreja Católica na construção do comunismo na América Latina, e especialmente no Brasil. Mostra como espiões soviéticos entraram em seminários católicos e se formaram padres para doutrinar os fiéis nos princípios socialistas, além da infiltração de espiões/padres comunistas no Concílio Vaticano II. Cita, inclusive um livro que conta como foram descobertos documentos de espiões soviéticos depois de um acidente de carro às vésperas do Concílio, documentos que deram origem ao livro, que aponta mais de mil padres comunistas infiltrados nas Igreja e seminários católicos. No Brasil, a Teologia da Libertação deu origem ao MST, a CUT e o PT. Todos comunistas, mas enganando o povo com seu discurso humanitário de igualdade social, de justiça social e de uma vida de qualidade para os camponeses. Lembro da década de 1980, em nossa Paróquia, em Ipatinga, Minas Gerais, em que os padres exigiam que os participantes dos Grupos de Jovens só lessem livros de Leonardo Boff e Frei Betto, os maiores representantes brasileiros da Teologia da Libertação. Será que os padres das pequenas cidades sabiam que estavam fazendo propaganda do comunismo na Igreja? Acredito que alguns sabiam, mas a maioria não, pois nessa "Teologia" existe um chamado de libertação dos pobres (com viés materialista), como Jesus sempre pregou. Sempre li todas as indicações de leitura dos padres, mas muitas informações que estão neste livro são novas para mim, mesmo sendo um professor de História e Historiador, O texto sobre a Igreja Católica é muito esclarecer e confiável, pois é baseado em documentos, fator que denota longa pesquisa para sua escrita.

O livro pode ser dividido em duas partes, sendo a primeira mais teórica sobre a formação do ideário do MST, e a segunda mais prática sobre o funcionamento do sistema de organização do movimento, tendo a Igreja Católica como o elo condutor do comportamento dos acampados, inclusive com a celebração de Missas com a corrente religiosa da Teologia da Libertação. Nesta segunda parte, o autor mostra como os acampados viviam em uma situação de nenhum conforto, e com a pregação da Mística terminavam tendo algum prazer ao se envolverem com o ritual criado para justamente esquecerem de sua primeira missão que era conseguir um lote de terra para fazerem sua moradia. No final de semana tinha até bailes que eram uma verdadeira orgia com o uso de drogas e promiscuidade. A participação no movimento dava algum poder aos acampados, pois baseados nas ideias de Maquiavel, principalmente "Os fins justificam os meios", as pessoas chamadas "do bem" podiam fazer o que quisessem para atingir seus objetivos. Stédile era explícito sobre a organização do movimento, inclusive publicou um livro falando tudo sobre o MST, chamado Brava Gente, em 2005. O dia a dia do autor e dos acampados é explicitado nesta segunda parte do livro. As figuras de Leonardo Boff e Frei Betto são uma constante nas ideias que sustentavam a parte teórico/teológica do movimento. Stédile afirmou que iriam fazer uma cartilha com os principais textos de Leonardo Boff para os acampados, ou seja, uma espécie de lavagem cerebral para dominar todas as pessoas envolvidas. Fala, o autor, de políticos de Brasília envolvidos no Movimento, eram os chamados "Externos". Os internos eram os do interior do acampamento que recebiam as misérias dos externos. 

Nos campos de doutrinação as crianças e adolescentes eram levados a produzir textos de teatro, músicas e poesias em defesa do movimento e sua crítica à sociedade dita "conservadora". Essas produções eram levadas para escolas e universidades. Os locais em que se reuniam nos grandes encontros com representantes de várias regiões e sem os pais, eram semelhantes aos locais de suas residências, ou seja, sem nenhuma preocupação com a saúde dos presentes e em um ambiente propício para a promiscuidade sexual, pois dormiam homens e mulheres no mesmo espaço. Exibiam filmes como Olga e o Diário de um motoqueiro, que nós, que não participamos do movimento, assistimos enganados pela mídia de esquerda. As mortes provocados por ações fanáticas de seus membros foram inúmeras, gerando a escolha de alguns mártires da irresponsabilidade administrativa dos acampamentos. Em Ipatinga, no governo do PT, por 16 anos sofremos perseguições e exonerações, como eu do cargo de diretor escolar eleito pela comunidade, por discordar de algumas posturas do governo. No governo tínhamos seguidores do MST, os chamados de "Externos". Um era economista e foi Secretário de Educação. Entre 2015 e 2018 ficamos sem nossa Complementação Salarial, oriunda de uma lei criada pelo próprio PT, e depois de 20 anos declarada inconstitucional por uma prefeita do mesmo partido. Foi uma luta ferrenha para resgatarmos nossos direitos na Justiça. Inclusive escrevi um livro sobre o assunto, para que nunca mais se repita uma injustiça desse tamanho pelos governos com seus trabalhadores. Cada vereador e o prefeito municipal recebeu um livro para leitura e reflexão.

O agronegócio sempre foi o vilão do MST, muito mais do que o Capitalismo, pois este é mundial, e o agronegócio brasileiro ocupa um espaço mais fácil de dominar, principalmente pela política conservadora do Brasil, que deixa quase tudo "por se resolver" sem sua interferência direta. E para combater o agronegócio, o MST utiliza de vários métodos, principalmente as mentiras sobre a quantidade e qualidade de sua produção. Investem na divulgação do uso de agrotóxicos pela agricultura de exportação e para o consumo interno. E para isto utilizam-se da ação dos "internos" dos acampamentos na invasão de órgãos do governo ligados ao agronegócio, e através do teatro em vários locais culturais, e principalmente nas escolas. O autor cita partes de duas peças teatrais produzidas nos acampamentos, e analisa-as, ressaltando, em seus textos, a depreciação do trabalho do agronegócio. Utilizam também as Universidades para este fim, ou seja, doutrinando seus jovens estudantes, ávidos de mudanças sociais. O combate ao agronegócio está vinculado politicamente aos partidos e pessoas de esquerda, especialmente o PT. Fazem campanhas através da imprensa comprada  como a rede Globo, Jornal O Globo, UOL, entre outros órgãos de comunicação, e de artistas, principalmente atores globais, sobre o mal que os produtos tradicionais produzem nas pessoas, inclusive com mentiras em estatísticas absurdas. O autor pesquisou cientistas que estudam o assunto, e descobriu, que às vezes, os produtos orgânicos, além de serem mais caros, fazem mais mal para a saúde do que os produzidos pelo agronegócio, do contrário, os mesmos não seriam exportados para os países desenvolvidos (grifo meu).

O MST surgiu em 1984, ano emblemático pela manifestação das Diretas Já. Era o fim do regime militar. Em 1979 aconteceu a abertura política com a volta dos exilados da ditadura. O MST nasce nesse contexto político promissor, com suas pautas ilusórias de reforma agrária, justiça social e liberdade. Mas com o tempo foi se adaptando às novas circunstâncias na área política e social, principalmente com o crescimento da esquerda, e do PT como o principal partido de oposição. Com a eleição de Lula, o MST vira governo e passa a adotar uma postura violenta baseada na ideologia marxista com suas principais características de doutrinação, uso da mentira e envolvimento com a Igreja Católica através da Teologia da Libertação, ala marxista oriunda do Concílio Vaticano II. Cria um "exército" de fanáticos para garantir o domínio do movimento, que o autor chama de exército vermelho como o soviético. Inclusive, Lula, em entrevista ameaça chamar o exército de Stédile em sua proteção, sendo que em sua origem o PT reivindicava democracia e não violência. O autor entra em detalhes sobre essas ações "marxistas". Financiamentos não faltam ao movimento, inclusive de países europeus. E o envolvimento da classe política é nítido, inclusive como participantes efetivos, os chamados "mãos lisas" por Stédile, em oposição aos "mãos grossas", que são os camponeses. O movimento consegue verbas públicas através da criação de ONGs, pois o MST não possui personalidade jurídica. 

No último capítulo, o autor conta sua vida pessoal, passando da família para suas investidas para melhorar de vida. Mostra como seu pai, apesar de ser alcóolatra, foi um exemplo de honestidade e de educação familar. Relata sua vida espiritual cristã como fator essencial para superar a ideologia marxista, pois os exemplos de vida nos acampamentos eram completamente diferentes daqueles ensinados pela doutrina cristã, ou seja, justiça social, igualdade, liberdade, amor ao próximo respeito à pessoa humana e amor a Deus. Nos acampamentos dominava a promiscuidade, uso de drogas e violência. O contato com deputados conservadores favoreceu a divulgação de sua denúncia pela Internet. Foi ameaçado de morte várias vezes, e por isso teve de se autoexilar na Europa. Optou por uma vida política ao invés de dedicar sua vida à religião. Com certeza sua mensagem mudará muitas vidas e contribuirá para transformar o perfil político do Brasil para melhor, com a introdução de pessoas honestas e capacitas para a classe política. 

Eu recomendo sua leitura a todo cidadão brasileiro consciente de seu papel social na melhoria da qualidade de vida de nosso povo.

"Oh! Bendito o que semeia 
Livros... Livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!"

       Castro Alves

Um comentário:

  1. Livro essencial para uma reflexão séria sobre o momento atual do Brasil.

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