sexta-feira, 23 de agosto de 2024

A Escola de Frankfurt e o início da Nova Esquerda

 


Introdução 
No início do livro, o autor cria uma Nota com jeito de Introdução, pois mostra como os participantes da chamada Escola de Frankfurt produziam suas ideias escritas de forma bastante complexa. Mas a partir de seu texto (o autor), já mostra suas principais características na "ressurreição" do marxismo que estava quase desaparecendo e suas influências no movimento jovem francês de maio de 1968. Realça o foco principal de Frankfurt que é o afastamento da classe operária e a chegada de uma multiplicidade de minorias desqualificadas que iriam fazer a revolução com uma visão social e cultural, antecipando Gramisci, o qual é muito valorizado pelo autor. Cita um texto de Adouxs Houxley que explica essa teoria na prática,

Prólogo: Pensar a partir do fracasso
O prolongado período de teorização do Comunismo numa tentativa de aproximar a teoria da prática tem sua justificativa a partir do fracasso do regime ao longo de sua história, pois sua aplicação nas várias partes do mundo, foi marcada pelo insucesso. Consequentemente vários pensadores tentaram recompor a aplicação do Comunismo a suas ideias, tendo com o norte das reflexões as palavras de Marx e Engels, primeiros teóricos do Socialismo/Comunismo, sendo estes primeiros autores apenas teóricos longe da prática trabalhista. O domínio do aspecto econômico sobre os demais, é superado pela Escola de Frankfurt (porque o Capitalismo deu aos trabalhadores mais do que Mark previa com o Socialismo), por uma ideia cultural como hoje, desprezando a família, a religião, a tradição, a hierarquia, e os sentimentos nacionais, e introduzindo a cultura de massas, o feminismo, a liberdade sexual, entre outros. Deixou a luta armada e adotou o discurso/prática da contracultura. Outra prática dogmática da Nova Esquerda é chamar seus oponentes de fascistas, mesmo os mais democráticos. A Escola de Frankfurt é a origem da Nova Esquerda, e a prova são os seus discursos ao redor do mundo, inclusive no Brasil. O autor reafirma que a Direita também precisa discutir seu fracasso na área cultural, e o primeiro passo pode ser o conhecimento do inimigo.

Capítulo I: Um erro comum: um só marxismo histórico? Comunismo=marxismo

No capitólio 1, o autor traça um perfil do Marxismo Histórico e do Comunismo. Mostra os erros de alguns intelectuais quando avaliam o futuro do marxismo histórico. Identifica o Comunismo, como um regime político próprio da Rússia, tendo como base o partido Comunista, e os outros Comunismos que se transformaram para suas realidades sociais como a China e Cuba. Logo o Comunismo Soviético de 1917, não existe mais, pois foi se transformando como previu Lenin. Realça que Marx e Engels foram teóricos do Socialismo sem conhecimento da vida dos operários das fábricas, portanto suas previsões e a própria Revolução Russa poderiam ter morrido ainda na década de 1920, se não fosse o trabalho da Escola de Frankfurt que percebeu sua falha. Marx acreditava que a revolução socialista iria acontecer nos países industrializados, mas nestes locais, a classe trabalhadora já tinha alcançado, no sistema capitalista, as reivindicações dos operários. Expõe, o autor, atitudes que deveriam ser tomadas para que a revolução se concretizasse. Abaixo algumas falas de Lenin, ainda no início da década de 1920, mostrando as possíveis mudanças que poderiam ocorrer para o avanço do Marxismo/Comunismo... "Se para conservar o poder precisarmos inverter completamente nossa orientação, o faremos". Abertamente afirmava que tudo o que servia à revolução era ético e que tudo o que a prejudicava era antiético, e ainda "Deve-se estar preparado a todos os sacrifícios e, se necessário, usar todos os estratagemas de astúcia, de métodos ilegais, estar decididos a calar-se, a ocultar a verdade, com o fim somente de infiltrar-se nos sindicatos, de ficar e realizar, por cima de tudo a tarefa comunista" (págs. 40-1). Parece estar falando para os sindicatos de hoje, em pleno século XXI. Interessante notar como o autor revela o fato de que, mesmo com a "derrota Comunista" em sua teoria e prática, os capitalistas não perceberam suas possíveis transformações, principalmente através da Escola de Frankfurt e do Foro de São Paulo. Agora não era mais uma revolução econômica, mas uma revolução do pensamento. O autor pretende mostrar a origem histórica da chamada Nova Esquerda, e para isto vamos utilizar um texto, na íntegra,  do próprio autor: "Essas conclusões e a mudança epistemológica da esquerda, que começa a ver seus resultados no final dos 60, vinham sendo realizadas pela Escola de Frankfurt desde a década de 1920. Sob o pretexto de defender os direitos civis, políticos e humanos das minorias (que jamais tinham preocupado o comunismo ou a esquerda), no mundo ocidental, o  feminismo, o homossexualismo, a  ideologia de gênero, o ambientalismo, a utilização das drogas, um difuso anti-racismo etc, E abandonaram, ao menos retoricamente, a violência direta e o proletariado como sujeito revolucionário, conseguindo, assim, sair da marginalidade para pouco a pouco se incrustar em todas as estruturas dos sistema (política institucional, universidades, escola etc.)" (p..52). Em resumo, o autor mostra que a Nova Esquerda nasce efetivamente nos anos 1920 do século passado na Escola de Frankfurt.

Capítulo II: Fundação e Origem
Neste capítulo, o autor traça uma evolução histórica a partir do surgimento da Escola de Frankfurt, assim como suas razões e nomes de seus participantes. É interessante notar como seus filósofos perceberam muito cedo o fim do comunismo da Revolução Russa. De 1919 ao início da década de 1920 já dava para notar que Marx tinha se enganado quanto à presença dos trabalhadores no processo revolucionário, então a Escola de Frankfurt descobre novos caminhos para manter acesa a chama do Comunismo, que, é, principalmente, a trilha cultural com a destruição do sociedade ocidental capitalista. O autor cita alguns depoimentos dos participantes da Escola de Frankfurt mostrando suas preocupações com a falta de adesão ao comunismo soviético na Europa Ocidental e começam a procurar quais seriam suas causas, e descobrem que a aceitação do capitalismo pelos operários não era só uma questão econômica, mas cultural. Devido a isto começam os estudos nesta nova linha, ou seja, através do fracasso da revolução russa de 1917. Realçam também o uso da violência praticada pelos líderes da revolução, que nesta fase procuram apenas a sua manutenção no poder, e não em seguir a teoria marxista-leninista. E  encerrando o capítulo, mostra como os filósofos da Escola de Frankfurt tiveram que fugir da Alemanha, depois da ascensão do nazismo, e se abrigar nos Estados Unidos, país que os recebeu com uma boa vontade de admirar, inclusive instalando-os em locais para moradia e trabalho nas principais Universidades americanas. Daí ficou fácil se expandir para outros continentes suas ideias. Tiveram muita influência na formação das esquerdas nos Estados Unidos. Com o fim do domínio nazista, alguns participantes da Escola voltam para a Alemanha, e outros ficam nos Estados Unidos, consequentemente, ficaram dois núcleos de estudos: um na Alemanha e outro nos Estados Unidos. Na fundação da Nova Esquerda, oriunda da Escola de Frankfurt, a violência continua fazendo parte de seu ideário, além da destruição de todos os valores da sociedade ocidental.

Capítulo III: Teoria crítica e "Dialética do esclarecimento"
Neste capítulo, o autor analisa as ideias defendidas pelos filósofos de Frankfurt através do olhar de outros autores como Karl Marx, Engels, Hegel, os Iluministas, e outros. Mostra que os participantes da Escola de Frankfurt fazem muita teoria, que muitas vezes, não sabiam nem sua explicação, de tão complexas, mas que na verdade o que eles queriam era combater a cultura da sociedade ocidental, principalmente o Capitalismo e sua expansão no ideário trabalhista, e de suas famílias, que na opinião de seus seguidores (Escola de Frankfurt), contaminava a mente das pessoas e dos trabalhadores. Mas no final, o que Frankfurt deixou de legado foi só uma tentativa de destruição de uma sociedade historicamente construída. Sobre a dialética do esclarecimento, os autores confirmam as mesmas ideias defendidas pela Escola, só que de forma mais sistematizada. Criticam a razão dos iluministas e defendem o uso da emoção e da ação, não abolindo a violência contra as populações. Dão como exemplo os líderes autoritários e sanguinários, como Hitler, que para eles não era um louco, mas alguém que usou a razão para realizar um plano de genocídio para garantir seu poder. Prevê a existência dos ambientalistas que passam a valorizar mais os animais e plantas do que o próprio homem. O autor se espanta ao constatar a defesa de um regime muito mais desumano do que todas as revoluções ocorridas no mundo, e para isso omitem as mortes praticadas pelos marxistas ao longo da história.

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