domingo, 7 de fevereiro de 2021

Teoria da História - Pedro Paulo A. Funari e Glaydson José da Silva

 Livro Teoria da História

Pedro Paulo A. Funari
Glaydson José da Silva
Introdução
Os autores explicam a característica interdisciplinar da Teoria da História desde sua origem mais remota e os objetivos do livro: "...introduzir o leitor no universo da Teoria da História, a partir de suas origens até os dias atuais." Destacam a importância da divulgação de obras sobre a Teoria da História e das dificuldades do ofício de historiador.

Capítulo 1 - As origens antigas ou pré-modernas
Os autores explicam os termos Teoria da História e faz uma evolução desda desde a Grécia até os historiadores romanos e cristãos. Ao final de cada capítulo fazem um pequeno esquema das características do período.

Capítulo 2 - O surgimento da História e o Positivismo
A História Positivista tem sua origem mais antiga no Renascimento. Os escritores buscam uma explicação racional e objetiva dos fatos humanos, abandonando a visão religiosa e fantasiosa da Idade Média em suas narrações. Mas é no Iluminismo que esta prática se confirma e basca-se uma explicação racional do passado. Voltaire continua importante nas pesquisas históricas do período. A Disciplina História passa a fazer parte do currículo das Universidades. O estudo das línguas abre caminho para a valorização da História, pois estas (as línguas) garantem maior veracidade aos documentos estudados.

Capítulo 3 - A Escola Metódica
Os autores afirmam que esta escola só aparece nas citações das citações, mas ao mesmo tempo fazem um bom e longo texto sobre sua formação e prática. Mostram suas principais características para o estudo histórico: nacionalista, educacional e rigorosa em sua metodologia de pesquisa. Valoriza os documentos como fonte segura de pesquisa, principalmente os documentos escritos. É criticada pela Escola dos Annales.

Capítulo 4 - A concepção de História em Marx
No início do capítulo os autores valorizam o marxismo como "... um dos sistemas de pensamento mais influentes desde o início dos século XX;"  Fazem um pequeno histórico da vida de Marx desde sua entrada para a Faculdade. Mostram como suas ideias estavam marcadas pelo momento histórico em que Marx vivia, ou seja, o período de maior exploração da classe trabalhadora. O Materialismo, portanto, é a base de seu pensamento filosófico. Vê o trabalho como fonte de exploração do homem pelo homem, aí entra a questão da luta de classes, tão forte em seu pensamento. Entende a História como obra das ações humanas e não de um idealismo ingênuo.

Capítulo 5 - A Escola dos Annales
Esta Escola Histórica rompe com as demais escolas anteriores em relação ao seu objeto de pesquisa, pois busca o homem como seu objeto, sendo o mesmo o criador dos fatos. Combate uma narrativa simples dos fatos (historicismo), e cria uma história-problema: "Se não há problemas, não há história." (Febvre). Valoriza a interdisciplinaridade, especialmente com a Geografia. Critica a História Metódica e Positivista.

Capítulo 6 - A História Nova e outras historiografias
A História Nova tem como uma de suas características a despersonalização de autores, em oposição às histórias passadas que sempre tiveram nomes de historiadores como referência. É uma história que busca novos campos de pesquisa como a morte, a doença, a alimentação, a sexualidade, a família, a loucura, a bruxaria, a mulher, o clima, etc. Existe nela um declínio das questões econômicas e sociais, é mais uma história das mentalidades. Também se utiliza da interdisciplinaridade. Em outras historiografias há uma negação do positivismo e uma preocupação com a história contemporânea - "Toda História é História Contemporânea". Preocupam-se com a subjetividade do historiador e uma preocupação presente e futura, ou seja, "a História serve para mudar o mundo."

Capítulo 7 - O Pós-Modernismo
O Pós-Modernismo se aplica não só à História, mas às outras ciências também. Há uma contestação de um projeto de civilização que trouxe não só vantagens para a sociedade, mas inúmeros problemas para a humanidade como as guerras, a violências, a fome, as doenças, e este projeto tem sua origem no pensamento racionalista dos Iluministas. O Pós-Modernismo propõe a mudança de foco centralizado para uma relação democrática, includente - "Não mais 'o homem', 'a mulher' e 'a classe', mas 'os homens', 'as mulheres', 'os indivíduos', 'os grupos'. E neste processo o lugar ocupado pela linguagem no cenário pós-moderno é essencial.

Considerações finais
Os autores nas considerações finais assim resumem o objetivo do livro: "Assim como a fronteira americana foi 'inventada', proposta e descoberta a um só tempo, por um historiador, somos todos instados a nos lançarmos a esse processo de criação interpretativa. Abandona a ilusão da descoberta da verdade única e inefável, tudo está por ser interpretado."

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