Introdução
Nas "introduções" ficam claros alguns assuntos que interessam ao autor: a visão do que é o Foro de São Paulo, que no início achavam que não existia, depois passaram a menosprezar seu poder, e finalmente que o Foro de São Paulo existe; o olhar sobre o jornalismo de informação, que conforme o texto já não existe mais, pois toda notícia já sai para a população com seus devidos ajustes feitos pelos profissionais da imprensa a serviço dos poderosos; e conforme Olavo de Carvalho, o que é importante no Foro de São não são as Assembleias, mas o que se decide nas conversas informais dos bastidores, das quais saem as decisões sobre a vida dos países no mundo. Mostra o autor como as esquerdas estão organizadas no mundo em grupos de representantes de vários países. Para caracterizar o projeto das esquerdas cita um trecho de um romance russo do século XIX. Um caos social previsto por Lênin.
Antecedentes do Foro de São Paulo
No primeiro capítulo o autor busca as origens históricas e mais remotas do Foro de São Paulo. Busca suas origens nas lutas do século XIX e suas ideologias. Mostra que a origem da expressão "A Pátria Grande" surge em uma publicação do jornalista argentino Manuel Ugarte em 1924, afirmando também que esta ideia ainda mais remota vem da ação política e militar de Simón Bolívar. Depois de muitas informações passa a explicar a Luta de Classes e o Materialismo Histórico, base teórica do Marxista, que norteia todo o Foro de São Paulo. Cita textos de vários autores sobre a teoria marxista, entre eles Darcy Ribeiro, o próprio Marx, e até o Papa Pio XII. Sob a ótica do marxismo só com a eliminação da propriedade privada e da luta de classes torna-se possível a criação de uma sociedade sem classes sociais, ou seja, o fim da sociedade ocidental e sua história. E para isto, adota a teoria do Materialismo Histórico; aparato técnico versus relações de produção. Termina o capítulo mostrando as bases para a compreensão do estudo do livro; principalmente os antecedentes da formação da Pátria Grande, em que alguns nomes são importantes como Darcy Ribeiro, Leonel Brizola e João Goulart, no Brasil, além da Constituição de 1988, que já trazia em seu texto uma visão da unidade política da América Latina.
Antes de iniciar a exposição dos conflitos ocorridos na década de 1960, a partir da Revolução Cubana, o autor faz uma análise do modo de atuar dos partidos de esquerda, especialmente os comunistas e socialistas. Mostra a diferença da prática dos partidos democráticos e dos partidos de esquerda. Os democráticos buscam um mandato definido pelas eleições, enquanto os de esquerda usam o discurso das eleições para implantar gradativamente seu poder permanente, e para isto utilizam de partidos que têm alguma afinidade com sua visão de poder, no Brasil o PT é o principal, os auxiliares são o PSDB, o PSB, o PC do B, o PSOL e o Cidadania, outros também fazem parte da manobra comunista, como o PSD e o PFL (União Brasil), que são chamados de "Companheiros de Viagem". A seguir o autor relata os confrontos na América Latina a partir de Cuba, logo após o ano de 1959. Fidel Castro invade pequenos países, mas sem conseguir muito êxito. Até a própria União Soviética não via em Fidel um comunista, mas apenas um aventureiro, por isso, não deu muito apoio no início de seu governo, pois o líder tinha um temperamento difícil. O autor mostra que ainda na década de 1960 existiram organizações com o perfil e ideias do Foro de São Paulo. A Organização Tri-Continental, criada por Fidel Castro, e a OLAS (Organização Latino-americana de Solidariedade, criada por Allende. Destaca também a capacidade de mudança do discurso comunista ao longo do tempo sem provocar conflitos ou ruptura de sua base. Talvez por combater sem19pre o domínio capitalista no mundo.
Na década de 1970 ocorrem mudanças significativas na organização e estratégia para expandir a revolução socialista cubana para os países da América Latina, sendo destaque a criação de um centro de treinamento de líderes de vários países em Cuba, com uma estrutura de alto nível para acolher os participantes, inclusive 11 do Brasil. Destaque para a Revolução Sandinista na Nicarágua.
Na década de 1980 o autor faz um estudo sobre a relação da Teologia da Libertação com as ações do PT e das principais lideranças Socialistas da época como Daniel Ortega, Fidel Castro, Lula, Leonardo Boff, Frei Betto e outros. Além da estratégia da Igreja Católica para arrebanhar seguidores para a prática socialista, principalmente as Comunidades Eclesiais de Base, que com o PT nos governos foram descartadas até hoje. Vivi este momento na época, mas sem conhecimento dessa realidade, e jamais imaginar que a Teologia da Libertação tem sua origem ainda na década de 1930 na Europa. Continuando o estudo da década de 1980 sobre os antecedentes do Foro de São Paulo, o autor mostra, em detalhes, como ocorreu a aproximação entre Cuba, o narcotráfico e o terrorismo. O dinheiro arrecadado era usado para financiar grupos revolucionários em toda a América Latina. Pablo Escobar e a CIA estiveram envolvidas neste processo.
O Foro de São Paulo
O Foro de São Paulo é o resultado concreto da decadência do Comunismo Soviético, e consequentemente da influência de suas ideias e práticas nos outros continentes, pois o marxismo sempre teve como característica principal sua expansão pelo mundo para acabar com o domínio do capitalismo. O Brasil foi escolhido como o foto irradiador e substituto da União Soviética, primeiro na América Latina, pois já tinha fortes relações com Cuba através do PT e de membros da Igreja Católica, principalmente Frei Betto e Dom Paulo Evaristo Ars, inclusive tiveram reuniões em Itaici sede da CNBB (SP), com a cúpula do Partido Comunista Cubano e membros do clero, antes da eleição de 1988.
No início o encontro não tinha a intenção de virar o Foro de São Paulo, como afirma o autor, textualmente: "O Encontro de três dias animou os participantes, que decidiram pela criação do Foro de discussões políticas, ao contrário do que tinha sido declarado na convocatória para o evento." (pág. 130).
A seguir o autor dá informações importantes sobre as lideranças "comunistas" na América Latina, principalmente sobre Fidel Castro e Hugo Chaves, destacando que Lula nunca foi considerado um comunista, nem pelo PT, conforme já informado no livro A Mosca Azul, de Frei Betto, conforme conversa do religioso com Fidel Castro, o líder cubano nunca viu em Lula um líder comunista. Vale lembrar, que mesmo nos dois mandatos de Lula na Presidência do Brasil, ele não ofereceu ajuda a grupos revolucionários da América Latina, apenas ao MST no Brasil.
O autor dedica um capítulo inteiro sobre as FARC e suas relações com o Foro de São Paulo e o Brasil, principalmente na figura de Lula e do PT. Utiliza o texto de ampla documentação inédita sobre os assuntos tratados, inclusive uma longa declaração das FARC de apoio ao Foro de São Paulo. Seguindo suas informações e análises, o livro foca nas relações entre o primeiro governo Lula e os países que compõem o Foro de São Paulo, especialmente a Venezuela e a Bolívia. Mostra o apoio financeiro dado a estes países, e sem nenhum retorno para o país. A esquerda, até 2011, toma o poder em 14 países da América Latina. Ressalta que a Direita no Brasil está atrasada em 35 anos e aponta a solução para sua recuperação: "Uma organização intelectual, partidária e, acima de tudo, de valores comuns, é o que dará sustentação para ações políticas que possam trazer frutos nesta batalha." (Pág. 177). Esta, conforme o autor, é a solução para combater o Foro de São Paulo, e não só o processo eleitoral.
Sobre o "Mais Médicos", o autor dedica também um capítulo. Mostra a farsa do trabalho, de formação e da remuneração dos médicos. Com ampla documentação e depoimentos revela como era a formação dos médicos em Cuba, ou seja, com um currículo mínimo, para um atendimento que interessava ao governo cubano, portanto não conseguiam revalidar seus diplomas no Brasil. A Presidente Dilma resolveu este problema tirando a necessidade de revalidar os diplomas. Do salário dos médicos era retirado até 90%, que eram enviados para o governo de Cuba, além do controle de suas atuações no Brasil, para o exercício da função. Os médicos cubanos não podiam trazer suas famílias, que ficavam reféns do governo castrista. Outros países também "colaboraram" com Cuba com a iniciativa, até a Itália participou da farsa. Antes do início do governo Bolsonaro, Cuba retirou os médicos do Brasil. Agora a Colômbia é o foco de estudo com as idas e vindas dos participantes dos governos até o início da década de 20 do ano 2000. As FARC continuam sendo o motivo maior de preocupação de todos os governos.
A Operação Lava-Jato e a construção do Porto Mariel em Cuba, são estudados pelo autor como instrumentos para financiar a revolução comunista no mundo, pois suas propinas são utilizadas para garantir a eleição de candidatos do Foro de São Paulo, e não apenas fraudes para enriquecimento ilícito, como a maioria pensa, daí a afirmativa de Lula de que é "O homem mais honesto do mundo." Tudo amplamente documentado. Na crise do petróleo venezuelano, Maduro recebe ajuda de Putin e de Lula. O Foro de São Paulo virou a instância de socorro aos países autoritários (leia-se comunistas), por parte de alguns países como a Rússia e o Brasil. E a violência na Venezuela é negada por Lula com suas doentias "narrativas". Mas o autor cita o nome e uma pequena biografia dos mortos nas manifestações de rua, geralmente jovens, além de depoimentos de quem viveu os fatos."
Os fatos da história recente na América Latina são tratados no livro, decisão que facilita a revisão, e até o conhecimento pelo leitor do que tem acontecido em nosso continente, fatos que a mídia tradicional, muitas vezes, não divulga. Começa pela Argentina, e fica notória a busca do controle do Judiciário por parte de alguns governos de esquerda; sabendo-se que este controle faz parte da agenda do Foro de São Paulo. No Brasil acontece o inverso; o Judiciário controla o Poder Executivo. Quanto ao governo Dilma, o autor analisa o conjunto dos governos petistas por sua péssima gestão. Sempre envolvidos em corrupção. A seguir o autor mostra como a eleição de Trump marcou o início da derrocada esquerdista na América Latina, citando, inclusive, os Presidentes eleitos em cada país. Evo Morales é obrigado a renunciar em 10 de novembro de 2019, do governo da Bolívia, em sua tentativa de continuar no cargo (eternamente). As Forças Armadas agem para sua renúncia.
O renascimento do Foro de São Paulo tem como primeiro impulso a situação da Venezuela. Neste processo a ação da Rússia é fundamental, além da omissão dos militares brasileiros. Maduro volta ao poder quando já estava saindo da Venezuela em fuga para Cuba, mas Putin ofereceu ajuda imediata para permanência, e novamente foi instalada a Ditadura. No Brasil, a prisão de Lula é motivo de ações do Foreo de São Paulo, inclusive com visita de governantes estrangeiros à prisão do ex-presidente. Na Argentina a esquerda continua influenciando todos os governos, reafirmando as decisões do Foro de São Paulo. Na Bolívia a "receita" do Foro de São Paulo é aplicada na íntegra. Veja os motivos da prisão da ex-presidenta! Retrato falado de Jair Bolsonaro no Brasil. Agora é a vez da Colômbia com suas narrativas mentirosas de governo, copiadas do Foro de São Paulo. No Chile foi a mesma tentativa de se implantar uma ditadura com nome de democracia através de uma nova Constituição. Mas o povo reagiu heroicamente. Sobre Cuba, a farsa e a violência física e jurídica.
Com a "vitória" de Lula nas eleições de 2022, o Foro de São Paulo toma fôlego, e maduro vira a estrela maior da esquerda na América Latina. A partir da sua eleição, Lula faz vários acordos de cooperação com vários partidos comunistas no mundo. As demais informações são do conhecimento público pela Internet, como o vice de Lula, em solenidade no Irã.






